Senador alerta para riscos de mudança do ICMS sobre importados

30/11/2011 - 20h33

Em carta a Dilma, Ricardo Ferraço alerta para riscos de mudança do ICMS sobre importados

O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) leu em Plenário, nesta quarta-feira (30), carta em que pede à presidente Dilma Rousseff atenção para o Projeto de Resolução 72/2010, que reduz as alíquotas de ICMS nas operações interestaduais com produtos importados. Ele acredita que o líder do governo e autor do projeto, senador Romero Jucá (PMDB-RR), pedirá tramitação em regime de urgência para a matéria.

Para Ricardo Ferraço, relator do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), seria inadequado solicitar urgência para a matéria. Ele entende que isso frustraria o amplo debate e impediria a análise aprofundada dos impactos econômicos, sociais e fiscais dessa mudança no sistema de tributação do ICMS, que é a principal fonte de receita dos estados.

"Há, senhora presidenta, inúmeros equívocos nas avaliações realizadas no âmbito empresarial sobre os efeitos dos incentivos estaduais sobre a economia brasileira, mecanismos que são utilizados como forma de incrementar as atividades portuárias, os investimentos e a geração de empregos nos seus territórios", avalia o senador na carta.

O senador argumenta que a competição fiscal entre estados é saudável e eficaz na busca de um maior equilíbrio econômico entre as diversas regiões do país. Assinala, também, que a descentralização econômica regional nos últimos anos foi confirmada pelos estudos e pesquisas divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

"Em particular, o instrumento de redução do ICMS nas importações contribui para desconcentrar a atividade portuária no Brasil ao compensar tributariamente os custos logísticos mais elevados das regiões concedentes. As análises realizadas, a partir das informações disponíveis, nos criaram a convicção de que o PRS 72/2010 não ajuda o Brasil e causa sérios prejuízos econômicos, sociais e fiscais a vários estados", observa.

O senador Armando Monteiro(PTB-PE) disse, em aparte, que sempre foi um defensor da competição fiscal como instrumento de combate às desigualdades regionais, mas entende que as políticas estaduais devem estar de acordo com as políticas nacionais.

- O Brasil tem objetivos nacionais permanentes e estratégicos, e um desses objetivos é garantir que a sua indústria possa sobreviver num quadro cada vez mais marcado por uma intensa competição em escala global. Não me parece razoável conferir incentivos e estabelecer um tratamento não isonômico ao produto importado vis-à-vis com a produção doméstica - assinalou.

Da Redação / Agência Senado

Notícias

STJ valida uso de assinatura eletrônica não certificada pela ICP-Brasil

Avançada X Qualificada STJ valida uso de assinatura eletrônica não certificada pela ICP-Brasil José Higídio 12 de fevereiro de 2025, 12h48 Para a relatora, a assinatura avançada é equivalente à firma reconhecida por semelhança, enquanto a qualificada seria a firma reconhecida por autenticidade. É...

Tios devem justificar uso e administração de pensões e herança de sobrinha

Tios devem justificar uso e administração de pensões e herança de sobrinha 10/02/2025 Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM (com informações do TJSC) Em Santa Catarina, um casal deverá prestar contas sobre os bens administrados de pensão e herança da sobrinha, referentes ao período pelo qual...

Erro essencial? Juíza nega anular casamento por doença mental da esposa

Caso de divórcio Erro essencial? Juíza nega anular casamento por doença mental da esposa Homem alegou que se casou sem saber de problema psiquiátrico, mas juíza não viu requisitos do CC para anulação. Em vez disso, concedeu o divórcio. Da Redação segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025 Atualizado às...